terça-feira, 26 de julho de 2011

Pais são culpados pela obesidade infantil?


Este mês, dois pesquisadores da Universidade de Harvard, Boston, publicaram no Journal of the American Medical Association um artigo defendendo que os pais de crianças obesas percam a guarda dos seus filhos. Essa medida não é nova, mas será que a melhor solução?

"Eu não concordo com a retirada das crianças do convívio dos pais. Este tipo de atitude só fomenta a discrimina dos pequenos", garante Dra. Rosana Radominski, presidente do Departamento de Obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. "E quando voltarem para casa, como vai ser? Se não houver adesão de mudanças de estilo de vida, elas voltarão a engordar", lembra.
De acordo com levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com dados de 2008-2009, no Brasil, uma a cada três crianças, na faixa etária de cinco a nove anos, está acima do peso. E nos Estados Unidos, 32% das pessoas entre dois e 19 estão com sobrepeso ou obesos, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (Centers for Disease Control and Prevention).
De acordo com o artigo, fatores como o consumo de alimentos inadequados e a falta de atividades recreativas auxiliam no aumento de peso das crianças, problema que pode se agravar ainda mais se não houver uma supervisão severa dos pais. E é justamente quando o caso se torna grave que o Estado interfere, alegando ser esta a única forma de controlar a obesidade infantil.
Caso intervenções como aconselhamento e assistência financeira não sejam suficientes, um orfanato ou cirurgia bariátrica passam a ser as últimas alternativas. Os pesquisadores alegam que, apesar do dano emocional causado pela separação de pais e filhos, esta acaba sendo uma solução para evitar as intervenções cirúrgicas ainda na infância.
Alguns países já colocaram essas medidas mais drásticas em prática. Na Escócia, em 2009, um casal obeso perdeu a guarda dos seus sete filhos na cidade britânica de Dundee. Segundo os assistentes sociais, os pais colocavam em risco o bem-estar das crianças. Todos eles - o mais novo com semanas de vida e o mais velho com 13 anos - estavam acima do peso normal.
Mas a ideia de retirar as crianças obesas de perto dos pais não é bem vista por todos. Em seu artigo "A obesidade por si só não é motivo para retirar as crianças de suas casas", Arthur Caplan, Ph.D., diretor do Centro de Bioética da Universidade da Pensilvânia, defende que a obesidade não é um risco imediato à vida da criança. "Colocar a culpa da obesidade infantil na casa e argumentar que a retirada das crianças dos lares onde reina a obesidade é a solução mais correta corresponde a uma ação míope e fadada ao fracasso", diz.
Segundo Dra. Rosana, a solução não está nas mãos somente dos pais. "O governo deve agir, seja por meio de serviços sociais ou com a ajuda de outros profissionais, orientando a família para a melhoria do estilo de vida. A punição que estão fazendo atinge muito mais as crianças do que os pais".
E sugere duas medidas para reduzir a obesidade infantil: "A primeira é educacional, conscientizando a população de que a obesidade é uma doença que deve ser combatida e evitada desde a infância. E tendo como base as propagandas contra o tabagismo, dizer que a obesidade em crianças traz complicações e mata", diz a presidente do Departamento de Obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.

"Outra ideia é promover espaços para as crianças poderem brincar, assegurar o atendimento médico e nutricional precoce para aqueles que já apresentam a doença e introduzir nos cardápios alimentos saudáveis e no currículo escolar noções sobre nutrição e encontros com os pais", defende Dra. Rosana.


...é bom a gente dar sempre uma espiadinha e também levar mensamente até 12meses ao pediatra e depois sempre que necessário ter esse acompanhamento, mesmo que a criança necessariamente não esteja doentinha.
Vamos ter conciência e cuidar das nossas crianças...

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